Que tipo de Igreja queres ser? Sim, a pergunta está bem feita. Não pergunto "a que tipo de Igreja queres pertencer?". Pergunto-te QUE TIPO DE IGREJA QUERES SER?
Igreja não é o edifício onde vais todos os domingos, és tu. Igreja não é o teu pastor, és tu. Igreja não é o grupo de louvor, és tu. Por isso pergunto-te novamente: que tipo de Igreja queres ser? Da tua resposta depende a tua salvação.
Hoje quero falar-te de um tipo de Igreja que a Bíblia menciona, em Apocalipse 3:1-6: a Igreja de Sardes. Abre a tua Bíblia e acompanha-me!
Sabemos que no livro de Apocalipse, último livro da Bíblia, escrito pelo Apóstolo João, vemos o que ainda está por vir. Seja daqui a 10 anos, 100 ou 1000, de uma coisa estamos certos: Jesus vai voltar para vir buscar a Sua Igreja - uma Igreja pura, sem pecado e perfeita. Ou seja, uma Igreja que espelhe aquilo que Jesus Cristo é: SANTO. Agora pensa: tu, que és Igreja, és o reflexo de Jesus?
No início deste livro, nos versículos 1:19 e 20 vemos a mensagem de Jesus Cristo a João, explicando o significado do que dizia: "Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que hão de acontecer: o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igreja." Então João começa a apresentar as sete cartas às Igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.
Vamos, por hoje, olhar para a Igreja de Sardes, actual vila de Sarte, na Turquia.
Tratava-se de uma importante cidade da rota comercial do Vale do Hermo, próspera, em grande parte devido ao ouro encontrado no ribeiro de Pactolos, que atravessava a cidade. Sendo parte do Reino Lídio, era mestre na produção de ouro, prata, pedras preciosas e têxteis. Foram o primeiro povo da Antiguidade a cunhar moeda.
Em 546 a.C. foram derrotados pelos persas, ao comando do Rei Ciro. Já em 334 a. C. renderam-se perante o Império Grego, com Alexandre o Grande. Cerca de 100 anos depois, foram conquistados pela Síria.
Durante o Império Romano a cidade de Sardes pertencia já à Ásia, nunca mais tendo recuperado a sua grandiosidade. O seu passado glorioso tinha chegado ao fim.
Em Apocalipse 3:1 Jesus dá-nos mais informação sobre esta cidade, em concreto sobre a Sua Igreja nesta cidade. Nós olhamos para o exterior, mas Deus conhece os corações de cada um - vê o que não vemos.
"Eu sei as tuas obras, tens nome de que vives e estás morto" - este é o versículo chave desta carta. Deus revela claramente que conhece todas as obras da Igreja, tudo o que é feito e não é feito é conhecido por Deus. Exteriormente, Sardes parecia uma Igreja viva e activa, mas interiormente não. Não era fria nem morna: era morta!
Esta frase ilustra na perfeição a diferença entre reputação e carácter. Reputação é aquilo que os outros acham de nós; é a nossa fama. O carácter é o que realmente nós somos, é a nossa essência. A primeira todos vêem; a segunda só Deus conhece bem - a Ele nada é oculto.
A Igreja de Sardes tinha boa fama - parecia activa, viva e bem. Mas Deus sabia que estava morta.
É interessante que não fala aqui de conflitos entre irmãos, de falsos profetas no meio do povo, de perseguição religiosa. Apenas fala de uma Igreja que parece estar bem, mas que está apática, sem vida.
"Sê vigilante": A Igreja de Sardes, por falta de cuidado, estava caída. Por falta de cuidado espiritual, muitos falham e cedem à tentação, caindo em pecado. São várias as passagens no Novo Testamento que nos exortam a cuidarmos da nossa vida (Mateus 24:42-44; 26:41; 25:13; Lucas 12:27-39; Actos 20:29-31; I Coríntios 16:13; I Efésios 6:18; Colossences 4:2; Tessalonicenses 5:6).
"Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus": O problema não era a falta de obras desta Igreja - era a integridade delas. Sardes estava activa, envolvida em muitos projectos, mas nada de acordo com o coração e a vontade de Deus. É possível obedecermos a mandamentos de Deus sem o fazermos de todo o nosso coração. É possível fazermos a coisa certa, mas com a motivação errada.
"Tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso": No meio de uma Igreja morta Jesus encontrou algumas pessoas fiéis. Isto lembra-nos que a nossa salvação (e santificação) é pessoal - cada um responderá por si no Tribunal de Cristo. Graças a Deus pela sua misericórdia, que nos permite andar em santidade, sem nos deixarmos contaminar por quem está sujo. É um caminho difícil, mas com a ajuda de Deus, chegaremos ao destino final: à vida eterna, onde andaremos com Cristo.
Este texto não serve para apontar o dedo, mas deve fazer-nos reflectir sobre o nosso carácter: estamos nós a ser Igreja viva ou não? Qual é a nossa motivação para servirmos a Deus? Escapar ao Inferno, ir à Igreja porque sim, dar nas vistas ou adorar e servir a Deus? Fazemos eventos e planos porque queremos ser vistos ou porque amamos as almas perdidas e queremos ajudar os nossos irmãos na caminhada? Somos como Marta, preocupados em fazer coisas ou somos como Maria, que escolheu estar junto a Jesus e a ouvir a Sua voz?
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